domingo, 25 de fevereiro de 2018

Espetáculo do Círculo Cultural Scalabitano
 
 
 

A Direção do Círculo Cultural Scalabitano vai levar a efeito o seu já habitual sarau anual com o qual encerra as comemorações do seu 63º. Aniversário.

 

O sarau anual desta instituição cultural sempre teve grande significado. Como sabemos sarau significa reunião festiva, tal como festival. Se recordarmos os anos da fundação do CCS bem como as décadas que se seguiram, vivíamos num país atrasado, que não se preocupava com a educação e muito menos com uma verdadeira educação artística, numa sociedade fechada sobre si mesma, com pouca mobilidade e cujos meios de comunicação se reduziam à rádio e, mesmo assim, controlada pelo Estado e diminuída pela Censura, as atividades culturais e desportivas proporcionadas pelas associações, permitiam à população encontrar-se e formar a sua sensibilidade e gosto. Na época era comum as diversas associações apresentarem-se publicamente e proporcionarem espetáculos musicais, teatrais, desportivos que, de outro modo, não havia possibilidade de apreciar numa cidade pacata de “província”. 

 

O sarau anual era a expressão utilizada pela Direção do Círculo Cultural Scalabitano, para a apresentação do trabalho que se desenvolvia durante o ano nas suas secções e que se destinava aos sócios e à população em geral. Representava, digamos, uma reunião magna, uma festa que reunia todos os sócios que participavam nas atividades e os outros que assistiam, para conhecer o trabalho e apoiar a sua coletividade, alargada aos amigos e simpatizantes. Normalmente era escolhido o palco do Teatro Rosa Damasceno que, pertencendo a uma entidade amiga, cedia o espaço. Durante muitos dos seus primeiros anos o sarau era um dos momentos altos da atividade do Círculo Cultural Scalabitano, apesar de existirem outros de igual importância para o seu prestígio, tal como a organização da Apoteose Final da Feira do Ribatejo.

 

A título de curiosidade no primeiro sarau da existência do CCS, foi realizado a 3 de Junho de 19955, e no Teatro Rosa Damasceno.

 

Uma outra curiosidade prende-se com o sarau de 15 de Maio de 1959 cuja primeira parte foi transmitida em direto pela Emissora Nacional, tendo tido como apresentador e locutor o bem conhecido, Lança Moreira.

 

Pois bem, embora os tempos sejam outros, o grande objetivo do nosso Sarau é o de apresentar aos sócios, à cidade e ao concelho, um pouco do que é hoje o Círculo Cultural Scalabitano. E dizemos um pouco pelo facto de não nos ser possível apresentar, em tão pouco tempo, tudo aquilo que é hoje a atividade cultural desta instituição.

 

O Círculo apresentará no Teatro Municipal Sá da Bandeira, nos dias 24/2 às 21.30 e 25/2 pelas 16.00 o seu sarau anual no qual envolverá o Veto Teatro Oficina, o Coro do CCS, a Orquestra Típica Scalabitana e o Ballet da Academia de Dança e Expressão Corporal do CCS.

 

O tema envolvente do espetáculo terá por base um guião de José Ramos; encenação e direção de atores de Nuno Domingos; a direção Coro pelo maestro António Matias; a direção Orquestra Típica Scalabitana pelo maestro Abílio Figueiredo e coreografias da responsabilidade de Encarnação Noronha

 

A ação decorrerá no “Museu da Epopeia Portuguesa”. Nas salas “Das Descobertas”, “Do Mercado no Oriente” e da “Etnografia Ribatejana”.

 

Numa deambulação pelo imaginário dos descobrimentos, os atores, músicos e bailarinos das Secções e Academias do Círculo vão conduzir-nos numa viagem com Navegantes, Religiosos e Militares. Veremos amores e desamores, naufrágios, aventuras e a glória da descoberta.

 

Nesta viagem, seremos guiados por Camões, Fernando Pessoa e Fernão Mendes Pinto, numa ação que alterna tempos e épocas, mas isso... é o sortilégio do teatro!

A encenação opta por uma linguagem simples e despida de artefactos, mas onde o mundo fantástico do desconhecido que envolveu os descobrimentos portugueses, tem uma expressão especial.

 

Uma nota final para reafirmar que o Círculo Cultural é uma Associação que está aberta aos seus associados e à população em geral. Temos a perfeita noção de que a arte e a cultura são instrumentos poderosos de construção de valores, de identidades e de perspetivas de futuro, instrumentos estes que são mais que meras atividades complementares sendo fundamentais nos processos de transformação e desenvolvimento humano, que propiciam o elevar da autoestima, a sedimentação de valores de cidadania e de novas perspetivas de vida.

 

 

O presidente da direção do CCS

Eliseu Raimundo
 
 
 

 


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